Este relatório fala sobre o que sabemos até agora do Agente Biológico U-1951, que estamos chamando de "Vírus Umbral" por enquanto. Encontramos ele pela primeira vez em 1951, em amostras da planta marinha Maris umbra. Esse agente tem um jeito estranho de agir, diferente do normal, e é um perigo biológico muito grande. Ainda não sabemos de onde ele veio, mas o jeito dele não bate com os vírus que conhecemos aqui na Terra. Entender como ele causa doença e aplicar regras de segurança muito sérias é o mais importante agora.
Fonte: Planta Maris umbra, uma planta aquática que só existe lá na área de estudo chamada CPR-6.
Quando pegamos a primeira amostra: Junho de 1951.
Acontecimento Importante: Em Setembro de 1951, vimos acontecer uma coisa estranha com energia vital (ou algo parecido) envolvendo gente da nossa equipe (não sabemos quem) e amostras da planta Maris umbra. Depois disso, parece que há uma ligação entre o que aconteceu e o vírus ter ficado mais forte ou mais presente nas amostras que pegamos depois.
Aparência do Vírus (Ainda não temos certeza): Partícula do vírus que pode ter várias formas, mas geralmente é redonda, com tamanho médio de 200 nm. Tem uma capa de gordura com umas proteínas esquisitas por fora. Nosso código pra ele: U-VLP.
Como ele entra nas Células: Parece que o vírus gruda em partes específicas das células (não sabemos quais ainda) na pele por dentro (respiração, intestino) e nos nervos. Aí a célula meio que "engole" ele pra dentro.
Como ele se Multiplica: Ele faz cópias dele mesmo dentro da célula (fora do núcleo) e é bem rápido, em 4 a 6 horas já solta novos vírus.
Como ele se Espalha pelo Corpo: O vírus viaja pelo sangue e pelo sistema linfático, e gosta muito de ir para o cérebro/nervos e para os músculos que a gente não controla (como do intestino).
Como ele Estraga as Células: Depois de 24 a 48 horas que a pessoa pega, o virus vira uma só criatura, um ser alojado no cérebro, parece uma espécie de escorpião, com a "cauda" dele conectada a coluna da vítima, a infecção faz as células estourarem, e isso solta coisas tóxicas que vêm do vírus.
Jeito Principal de Pegar: Tocar na planta Maris umbra ou na água suja com ela (se engolir, encostar na pele ou boca/nariz).
Passando de Pessoa pra Pessoa: Sabemos que passa pelo contato com líquidos do corpo de quem está doente (saliva, catarro, líquido da espinha). Dá pra achar o vírus na pessoa antes mesmo dela parecer doente.
Tempo até Aparecerem os Sintomas: Entre 12 e 36 horas.
Facilidade de Passar pra Outros: Muito fácil de passar, principalmente no comecinho da infecção.
Primeiros Sinais (0–12 h): Sensação ruim, febre baixa (uns 38 °C), dor de cabeça forte, enjoo.
Fase que Afeta os Nervos (12–24 h): A pessoa começa a sentir uma fome desesperadora. Mudanças no jeito de ser (fica agitada, irritada, achando que estão perseguindo). Começa a dar problema nas funções do corpo que a gente não controla (respirar, coração...).
Fase de Mudanças no Corpo (24–48 h): A pessoa fica mais forte e sente menos dor. O corpo pode mudar de forma, os ossos parecerem mais longos e as juntas entortarem. Nos casos graves, os tecidos do corpo todo começam a falhar de repente, e a pessoa geralmente morre.
Nos Nervos e Cérebro: Achamos coisas tóxicas para os nervos que vêm do vírus, e isso causa problemas cada vez piores de pensamento e comportamento. Vemos que os nervos inflamam e se estragam.
Nos Músculos e Ossos: Primeiro os músculos crescem, depois ficam cheios de fibras duras e acabam estragando.
Na Química do Corpo: Bagunça total nos sais minerais e água dentro das células; problemas sérios na energia do corpo todo.
Primeiro Caso (001-1947): Era um militar da primeira equipe de pesquisa. Ficou isolado 48h depois de começar a sentir os sintomas. Morreu porque não conseguia respirar e o sangue parou de circular direito.
Caso 002-1949 (Chamado de "Arnold"): Morador da região perto da área CPR-6. Teve problemas neurológicos graves, entrou em coma devido um acidente de trabalho e teve morte cerebral. Não teve sangramento por fora que desse pra notar muito.
Amostra Guardada (Não era Humana): Uma criatura não humana (não sabemos o que era) que estava muito infectada pelos tecidos com o vírus U-1951. O interessante é que soltava sem parar um líquido que brilhava no escuro, e não sabemos o que é.
Nível de Segurança Necessário: Igual ao nível BSL-4 (o mais alto que existe), mas com regras extras obrigatórias (aqui dentro chamamos de Nível 5).
Roupa e Equipamento de Proteção: Precisa usar aquelas roupas fechadas que parecem de astronauta, com ar vindo de um tanque ou bombeado pra dentro.
Como Jogar Fora o Lixo Contaminado: Queimar tudo a mais de 1.200 °C ou usar uma autoclave (tipo panela de pressão gigante) bem quente e com muita pressão.
Como Isolar Pessoas que Tiveram Contato ou Ficaram Doentes: Deixar a pessoa totalmente isolada em salas super seguras, vigiando o tempo todo e com o ar sendo puxado pra dentro da sala. Se precisar, usar força física ou remédios para acalmar/controlar a pessoa.
Estudar Aquele Líquido Brilhante Estranho: Analisar a química dele pra ver o que tem lá dentro que faz alguma coisa.
O que Estamos Fazendo para Combater o Vírus:
O Agente U-1951 ("Vírus Umbral") é um causador de doença diferente de tudo, não sabemos de onde veio, talvez de fora da Terra. Ele se multiplica rápido, é muito agressivo e causa mudanças horríveis no corpo, por isso ele é um perigo biológico gigantesco.
O que Fazer Agora: Continuar e melhorar a segurança Nível 5 na área CPR-6 e em todos os lugares do CPBA/DPE que mexem com o vírus ou amostras dele. Proibir a entrada de quem não for essencial; só pode mexer quem realmente precisa e tem permissão.
Planos para o Futuro: Conseguir dinheiro primeiro para entender como o vírus é feito nos mínimos detalhes, criar testes rápidos e bons para saber quem está infectado, e pesquisar tratamentos e vacinas. Estudar bem aquele líquido brilhante pode nos ajudar a entender como o vírus consegue ficar no corpo ou como as células aguentam ele.
O material identificado como Documento Confidencial: Experimentos no Mundo à la “Alice no País das Maravilhas” representa um dos arquivos mais singulares já recuperados da antiga estrutura do Departamento CPR‑6. Trata-se de um dossiê técnico‑experimental que descreve uma série de procedimentos conduzidos em um local ainda não mapeado por nossa divisão, referido apenas como “o outro lado”.
A equipe do CPR‑6 parece ter descoberto, através da planta Maris Umbra e do uso ritualístico de um chá alucinógeno, um método para acessar uma realidade paralela não física, mas psicoexistencial — possivelmente uma interseção entre o plano mental humano e uma camada de existência alternativa.
A seguir, transcrevemos e reinterpretamos os dados do documento, traduzindo os termos simbólicos e literários em linguagem técnica adequada ao padrão do CPDRO.
Projeto “Porta Azul” – Referência direta às portas simbólicas do universo de Alice no País das Maravilhas e Coraline, indicando transição de estados de consciência ou realidades através estímulos sensoriais e psicocósmicos.
Foram criados corredores, salas e atmosferas controladas com estímulos sensoriais intensificados, baseando-se em padrões de arquitetura onírica — mudanças súbitas de perspectiva, sons inconstantes e geometrias impossíveis.
Análise Técnica: Simulações de espaço instável que reproduzem padrões de sonhos lúcidos e pesadelos projetivos. As alterações de estrutura seguem lógicas não euclidianas compatíveis com registros de dimensões instáveis (ex: registros de Clamor).
Induziram aos sujeitos distorções na experiência do tempo subjetivo, onde minutos eram vividos como anos. Relatos indicam perda da linha temporal original e confusão entre memórias recentes e remotas.
Nota do Setor Psico-Onírico: Essa manipulação evidencia contato com uma camada de realidade onde o tempo não se comporta de forma linear, algo consistente com as propriedades da dimensão Floralma (teor ainda inconclusivo).
Foram utilizados dispositivos experimentais e estímulos audiovisuais (possivelmente em combinação com o chá) para provocar colapsos das leis naturais. Participantes flutuaram, atravessaram paredes, e presenciaram multiplicações espaciais (ex: escadas sem fim, portas que levavam ao mesmo lugar infinitamente).
Durante os estados alterados, os sujeitos relataram interações prolongadas com entidades inteligentes — algumas semelhantes a animais falantes, sombras com forma definida, ou criaturas híbridas. Em diversos relatos, essas entidades agiam com lógica própria, frequentemente testando os participantes ou lhes dando tarefas ritualísticas.
Possível correlação com registros de Clamor ou Umbra: Ainda sob investigação, mas as entidades aparentam ter autonomia e comportamento constante, o que pode indicar origem extradimensional real.
Foi observado o uso intencional de traumas pessoais para alimentar os cenários. O medo dos participantes era amplificado até materializar‑se em formas tangíveis, como monstros ou eventos repetitivos.
Relação com Vírus Umbral: A correlação entre este fenômeno e os efeitos neuropsíquicos do Vírus Umbral é notável. Sugere-se que a planta Maris Umbra não apenas infecte, mas também prepare o cérebro para acessar essas camadas mentais compartilhadas.
Trata-se de uma infusão obtida a partir das folhas da Maris Umbra, preparada por maceração ritual com auxílio de catalisadores naturais da ilha. Sua ingestão induz estados alterados em até 30 minutos.
O chá parece ser o único meio funcional de atravessar o portal físico descoberto na ilha (ver item 4). Animais e humanos infectados ou expostos ao chá conseguiram atravessar o portal com sucesso. Outros não conseguiam sequer enxergá-lo ou tocá-lo.
Foi documentada a existência de um portal físico, fixado em uma parede de pedra natural na ilha. Com aparência visual semelhante a uma rachadura circular negra pulsante, o portal só se manifesta para sujeitos sob efeito do chá ou infectados com o vírus.
Atravessamento:
Observação crítica: Nenhum registro, vídeo ou fotografia do interior desse local sobreviveu à reentrada no nosso plano. Os sujeitos que retornaram trazem apenas descrições verbais altamente confusas e simbólicas. Muitos não voltaram.
O arquivo confirma a existência de um ambiente alternativo acessível apenas sob condições psicocósmicas específicas, possivelmente usando o vírus Umbral como chave biológica.
Não se sabe a extensão, geografia ou natureza da “realidade” acessada.
As entidades não são simples alucinações — demonstram consistência simbólica, comportamento autônomo e repetição em múltiplos sujeitos diferentes.
Documento analisado e arquivado por:
Dra. Magda Sturm – Diretora Adjunta, CPDRO
Dr. A. S. Vogler – Setor de Realidades Não-Euclidianas
C.P.D.R.O. – 21 de Abril de 1959
A Base CPR‑6 foi estabelecida em 1940 na Isla Geórgia do Sul, Atlântico Sul, como um ponto remoto para pesquisas estratégicas. Seu isolamento natural — falésias, frio extremo e acesso apenas por navio ou hidroavião — garante máximo sigilo.
Para dissuasão e segurança, a base conta com quatro ogivas táticas armazenadas em silos reforçados:
Assinatura (Documento Fonte): General Otto Gerhardt, Comando Supremo – CPR‑6
Cópias Distribuídas (Registro): Diretoria Executiva CPR, Divisão de Segurança Nuclear, Divisão de Biossegurança.