TERMINAL CPR/CPDRO

Relatórios de Pesquisa


Relatório Técnico – Agente Biológico U-1951 (Vírus Umbral)


1. Introdução

Este relatório fala sobre o que sabemos até agora do Agente Biológico U-1951, que estamos chamando de "Vírus Umbral" por enquanto. Encontramos ele pela primeira vez em 1951, em amostras da planta marinha Maris umbra. Esse agente tem um jeito estranho de agir, diferente do normal, e é um perigo biológico muito grande. Ainda não sabemos de onde ele veio, mas o jeito dele não bate com os vírus que conhecemos aqui na Terra. Entender como ele causa doença e aplicar regras de segurança muito sérias é o mais importante agora.

2. Origem e Onde Foi Encontrado Primeiro

Fonte: Planta Maris umbra, uma planta aquática que só existe lá na área de estudo chamada CPR-6.

Quando pegamos a primeira amostra: Junho de 1951.

Acontecimento Importante: Em Setembro de 1951, vimos acontecer uma coisa estranha com energia vital (ou algo parecido) envolvendo gente da nossa equipe (não sabemos quem) e amostras da planta Maris umbra. Depois disso, parece que há uma ligação entre o que aconteceu e o vírus ter ficado mais forte ou mais presente nas amostras que pegamos depois.

3. Como o Vírus se Parece e se Multiplica

Aparência do Vírus (Ainda não temos certeza): Partícula do vírus que pode ter várias formas, mas geralmente é redonda, com tamanho médio de 200 nm. Tem uma capa de gordura com umas proteínas esquisitas por fora. Nosso código pra ele: U-VLP.

Como ele entra nas Células: Parece que o vírus gruda em partes específicas das células (não sabemos quais ainda) na pele por dentro (respiração, intestino) e nos nervos. Aí a célula meio que "engole" ele pra dentro.

Como ele se Multiplica: Ele faz cópias dele mesmo dentro da célula (fora do núcleo) e é bem rápido, em 4 a 6 horas já solta novos vírus.

Como ele se Espalha pelo Corpo: O vírus viaja pelo sangue e pelo sistema linfático, e gosta muito de ir para o cérebro/nervos e para os músculos que a gente não controla (como do intestino).

Como ele Estraga as Células: Depois de 24 a 48 horas que a pessoa pega, o virus vira uma só criatura, um ser alojado no cérebro, parece uma espécie de escorpião, com a "cauda" dele conectada a coluna da vítima, a infecção faz as células estourarem, e isso solta coisas tóxicas que vêm do vírus.

4. Como Pega e Passa pra Outros

Jeito Principal de Pegar: Tocar na planta Maris umbra ou na água suja com ela (se engolir, encostar na pele ou boca/nariz).

Passando de Pessoa pra Pessoa: Sabemos que passa pelo contato com líquidos do corpo de quem está doente (saliva, catarro, líquido da espinha). Dá pra achar o vírus na pessoa antes mesmo dela parecer doente.

Tempo até Aparecerem os Sintomas: Entre 12 e 36 horas.

Facilidade de Passar pra Outros: Muito fácil de passar, principalmente no comecinho da infecção.

5. Sintomas e o que Acontece com a Pessoa

Primeiros Sinais (0–12 h): Sensação ruim, febre baixa (uns 38 °C), dor de cabeça forte, enjoo.

Fase que Afeta os Nervos (12–24 h): A pessoa começa a sentir uma fome desesperadora. Mudanças no jeito de ser (fica agitada, irritada, achando que estão perseguindo). Começa a dar problema nas funções do corpo que a gente não controla (respirar, coração...).

Fase de Mudanças no Corpo (24–48 h): A pessoa fica mais forte e sente menos dor. O corpo pode mudar de forma, os ossos parecerem mais longos e as juntas entortarem. Nos casos graves, os tecidos do corpo todo começam a falhar de repente, e a pessoa geralmente morre.

6. O que o Vírus Faz por Dentro

Nos Nervos e Cérebro: Achamos coisas tóxicas para os nervos que vêm do vírus, e isso causa problemas cada vez piores de pensamento e comportamento. Vemos que os nervos inflamam e se estragam.

Nos Músculos e Ossos: Primeiro os músculos crescem, depois ficam cheios de fibras duras e acabam estragando.

Na Química do Corpo: Bagunça total nos sais minerais e água dentro das células; problemas sérios na energia do corpo todo.

7. Casos Importantes que Registramos

Primeiro Caso (001-1947): Era um militar da primeira equipe de pesquisa. Ficou isolado 48h depois de começar a sentir os sintomas. Morreu porque não conseguia respirar e o sangue parou de circular direito.

Caso 002-1949 (Chamado de "Arnold"): Morador da região perto da área CPR-6. Teve problemas neurológicos graves, entrou em coma devido um acidente de trabalho e teve morte cerebral. Não teve sangramento por fora que desse pra notar muito.

Amostra Guardada (Não era Humana): Uma criatura não humana (não sabemos o que era) que estava muito infectada pelos tecidos com o vírus U-1951. O interessante é que soltava sem parar um líquido que brilhava no escuro, e não sabemos o que é.

8. Regras de Segurança e Contenção

Nível de Segurança Necessário: Igual ao nível BSL-4 (o mais alto que existe), mas com regras extras obrigatórias (aqui dentro chamamos de Nível 5).

Roupa e Equipamento de Proteção: Precisa usar aquelas roupas fechadas que parecem de astronauta, com ar vindo de um tanque ou bombeado pra dentro.

Como Jogar Fora o Lixo Contaminado: Queimar tudo a mais de 1.200 °C ou usar uma autoclave (tipo panela de pressão gigante) bem quente e com muita pressão.

Como Isolar Pessoas que Tiveram Contato ou Ficaram Doentes: Deixar a pessoa totalmente isolada em salas super seguras, vigiando o tempo todo e com o ar sendo puxado pra dentro da sala. Se precisar, usar força física ou remédios para acalmar/controlar a pessoa.

9. O que Estamos Pesquisando Agora

Estudar Aquele Líquido Brilhante Estranho: Analisar a química dele pra ver o que tem lá dentro que faz alguma coisa.

O que Estamos Fazendo para Combater o Vírus:

  • Vacinas: Estamos vendo se partes do vírus podem fazer o corpo criar defesa, testando em laboratório (em tubos de ensaio e em tecidos vivos fora do corpo).
  • Remédios: Testando remédios que matam vários tipos de vírus, como o interferon e outras cópias sintéticas de 'peças' do vírus, para impedir o vírus de se multiplicar.
  • Estudar Como a Doença Funciona: Tentar entender direitinho como o vírus entra, se multiplica e estraga as células.

10. Conclusões e Recomendações

O Agente U-1951 ("Vírus Umbral") é um causador de doença diferente de tudo, não sabemos de onde veio, talvez de fora da Terra. Ele se multiplica rápido, é muito agressivo e causa mudanças horríveis no corpo, por isso ele é um perigo biológico gigantesco.

O que Fazer Agora: Continuar e melhorar a segurança Nível 5 na área CPR-6 e em todos os lugares do CPBA/DPE que mexem com o vírus ou amostras dele. Proibir a entrada de quem não for essencial; só pode mexer quem realmente precisa e tem permissão.

Planos para o Futuro: Conseguir dinheiro primeiro para entender como o vírus é feito nos mínimos detalhes, criar testes rápidos e bons para saber quem está infectado, e pesquisar tratamentos e vacinas. Estudar bem aquele líquido brilhante pode nos ajudar a entender como o vírus consegue ficar no corpo ou como as células aguentam ele.


Relatório de Recebimento e Análise Inicial


1. Introdução

O material identificado como Documento Confidencial: Experimentos no Mundo à la “Alice no País das Maravilhas” representa um dos arquivos mais singulares já recuperados da antiga estrutura do Departamento CPR‑6. Trata-se de um dossiê técnico‑experimental que descreve uma série de procedimentos conduzidos em um local ainda não mapeado por nossa divisão, referido apenas como “o outro lado”.

A equipe do CPR‑6 parece ter descoberto, através da planta Maris Umbra e do uso ritualístico de um chá alucinógeno, um método para acessar uma realidade paralela não física, mas psicoexistencial — possivelmente uma interseção entre o plano mental humano e uma camada de existência alternativa.

A seguir, transcrevemos e reinterpretamos os dados do documento, traduzindo os termos simbólicos e literários em linguagem técnica adequada ao padrão do CPDRO.

2. Nome do Projeto Codificado

Projeto “Porta Azul” – Referência direta às portas simbólicas do universo de Alice no País das Maravilhas e Coraline, indicando transição de estados de consciência ou realidades através estímulos sensoriais e psicocósmicos.

3. Metodologia Reconstituída

3.1 Imersão em Ambientes Ilusórios

Foram criados corredores, salas e atmosferas controladas com estímulos sensoriais intensificados, baseando-se em padrões de arquitetura onírica — mudanças súbitas de perspectiva, sons inconstantes e geometrias impossíveis.

Análise Técnica: Simulações de espaço instável que reproduzem padrões de sonhos lúcidos e pesadelos projetivos. As alterações de estrutura seguem lógicas não euclidianas compatíveis com registros de dimensões instáveis (ex: registros de Clamor).

3.2 Manipulação da Percepção Temporal

Induziram aos sujeitos distorções na experiência do tempo subjetivo, onde minutos eram vividos como anos. Relatos indicam perda da linha temporal original e confusão entre memórias recentes e remotas.

Nota do Setor Psico-Onírico: Essa manipulação evidencia contato com uma camada de realidade onde o tempo não se comporta de forma linear, algo consistente com as propriedades da dimensão Floralma (teor ainda inconclusivo).

3.3 Realidades Subvertidas

Foram utilizados dispositivos experimentais e estímulos audiovisuais (possivelmente em combinação com o chá) para provocar colapsos das leis naturais. Participantes flutuaram, atravessaram paredes, e presenciaram multiplicações espaciais (ex: escadas sem fim, portas que levavam ao mesmo lugar infinitamente).

3.4 Entidades Fantásticas

Durante os estados alterados, os sujeitos relataram interações prolongadas com entidades inteligentes — algumas semelhantes a animais falantes, sombras com forma definida, ou criaturas híbridas. Em diversos relatos, essas entidades agiam com lógica própria, frequentemente testando os participantes ou lhes dando tarefas ritualísticas.

Possível correlação com registros de Clamor ou Umbra: Ainda sob investigação, mas as entidades aparentam ter autonomia e comportamento constante, o que pode indicar origem extradimensional real.

3.5 Indução de Pesadelos Conscientes

Foi observado o uso intencional de traumas pessoais para alimentar os cenários. O medo dos participantes era amplificado até materializar‑se em formas tangíveis, como monstros ou eventos repetitivos.

Relação com Vírus Umbral: A correlação entre este fenômeno e os efeitos neuropsíquicos do Vírus Umbral é notável. Sugere-se que a planta Maris Umbra não apenas infecte, mas também prepare o cérebro para acessar essas camadas mentais compartilhadas.

3.6 Chá de Umbra

Trata-se de uma infusão obtida a partir das folhas da Maris Umbra, preparada por maceração ritual com auxílio de catalisadores naturais da ilha. Sua ingestão induz estados alterados em até 30 minutos.

O chá parece ser o único meio funcional de atravessar o portal físico descoberto na ilha (ver item 4). Animais e humanos infectados ou expostos ao chá conseguiram atravessar o portal com sucesso. Outros não conseguiam sequer enxergá-lo ou tocá-lo.

4. O Portal

Foi documentada a existência de um portal físico, fixado em uma parede de pedra natural na ilha. Com aparência visual semelhante a uma rachadura circular negra pulsante, o portal só se manifesta para sujeitos sob efeito do chá ou infectados com o vírus.

Atravessamento:

  • Indivíduos conscientes relatam entrar em uma “versão invertida” da realidade.
  • Sensação de queda, seguido por pouso em um ambiente surreal, com elementos distorcidos da realidade original (ex: versões derretidas de objetos cotidianos, céu com cores impossíveis, ausência de horizonte).
  • Comunicação com criaturas; desaparecimento da noção de corpo físico.

Observação crítica: Nenhum registro, vídeo ou fotografia do interior desse local sobreviveu à reentrada no nosso plano. Os sujeitos que retornaram trazem apenas descrições verbais altamente confusas e simbólicas. Muitos não voltaram.

5. Resultados Observados

5.1 Alterações Cognitivas Permanentes

  • Adaptação comportamental à lógica absurda.
  • Redução da capacidade crítica sobre o que é ou não real.
  • Alguns passaram a “ver” entidades mesmo fora do experimento.

5.2 Lealdade às Entidades

  • Participantes demonstraram comportamentos devocionais a criaturas que conheciam apenas durante as simulações.
  • Muitos recusavam retornar ao mundo real, alegando que o outro lado era “mais verdadeiro”.

5.3 Estado de Limbo

  • Casos clínicos de dissociação avançada: os sujeitos alternavam entre comportamentos normais e imersos em padrões surreais.
  • Delírios persistentes mesmo após remoção do chá ou fim dos testes.

6. Conclusões Preliminares

O arquivo confirma a existência de um ambiente alternativo acessível apenas sob condições psicocósmicas específicas, possivelmente usando o vírus Umbral como chave biológica.

Não se sabe a extensão, geografia ou natureza da “realidade” acessada.

As entidades não são simples alucinações — demonstram consistência simbólica, comportamento autônomo e repetição em múltiplos sujeitos diferentes.

7. Recomendações

  • Restrição total de novos testes com o chá ou com a Maris Umbra até que nova unidade de contenção seja desenvolvida.
  • Criação de um Subsetor dedicado exclusivamente à investigação de travessias e realidades alternativas: sugerimos a abertura do núcleo V.A.L.E. – “Viagens Através de Limiares Extra-reais”.
  • Investimento em tecnologias que simulem os efeitos do chá sem o risco biológico do vírus.
  • Aprofundar a ligação entre o vírus Umbral e o portal, investigando se o vírus é uma manifestação biológica de outra realidade ou apenas um condutor para ela.

Documento analisado e arquivado por:
Dra. Magda Sturm – Diretora Adjunta, CPDRO
Dr. A. S. Vogler – Setor de Realidades Não-Euclidianas
C.P.D.R.O. – 21 de Abril de 1959


Relatório Sumário: Base CPR-6


1. Visão Geral

A Base CPR‑6 foi estabelecida em 1940 na Isla Geórgia do Sul, Atlântico Sul, como um ponto remoto para pesquisas estratégicas. Seu isolamento natural — falésias, frio extremo e acesso apenas por navio ou hidroavião — garante máximo sigilo.

2. História e Financiamento

  • Fundação: Agosto de 1940, sob direção do Governo Central.
  • Orçamento Inicial (1940–1945): 2 milhões de Reichsmarks para construção de instalações básicas e laboratórios.
  • Ajuste Pós‑Guerra (1950–1960): Acréscimo total de 7 milhões USD, destinados à expansão de laboratórios, melhoria de energia e contramedidas biológicas.

3. Infraestrutura Principal

Complexo Subterrâneo de Laboratórios

  • Seis níveis escavados em rocha, com laboratórios de virologia, genética e física quântica.
  • Sistemas criogênicos para amostras e área de contenção de patógenos.

Área de Vivência e Quarentena

  • Alojamentos para 120 pessoas; apenas quatro pesquisadores permanentes (Müller, Sturm, Becker, Dieter) optaram por ficar indefinidamente.
  • Câmaras herméticas de isolamento e enfermaria de biossegurança.

Usina de Energia

  • Geradores diesel de alta capacidade.
  • Gerador nuclear de emergência (100 kW) para falhas críticas.

Comunicações e Radar

  • Torre de rádio HF/VHF para link com continente.
  • Receptor experimental de sinais de satélite meteorológico (implantado em 1958).

4. Pessoal e Especialistas

  • Equipe Original (1940): 80 cientistas, médicos e engenheiros.
  • Reforço (1950‑1960): +40 técnicos e especialistas em biotecnologia e física nuclear.
  • Permanentes Notáveis (Último Registro):
    • Dr. Heinrich Müller (Virologia)
    • Dra. Magda Sturm (Psicologia Experimental)
    • Eng. Franz Becker (Infraestrutura)
    • Dr. Klaus Dieter (Física Quântica)

5. Arsenal Nuclear

Para dissuasão e segurança, a base conta com quatro ogivas táticas armazenadas em silos reforçados:

  • Tipo: Implosão termonuclear (≈2 kt cada)
  • Plataformas de Lançamento: 2 silos terrestres camuflados; 2 torpedos modificados em abrigo submarino raso.
  • Controle de lançamento: Requer dupla autorização (comandante militar + diretor-científico).

6. Status e Riscos (Pós-Silêncio)

  • Comunicações: Silêncio total desde Setembro de 1951.
  • Experimentos Ativos (Presumidos): Vírus Umbral, chá de Maris Umbra, “Porta Azul” (portal extradimensional).
  • Riscos Avaliados: Possibilidade de vazamentos biológicos catastróficos e/ou falhas de segurança nuclear devido à completa autonomia e isolamento da base.

7. Recomendações Urgentes (Comando CPR)

  • Reestabelecer Contato: Prioridade máxima. Missão de reboque via quebra-gelo para investigar e restaurar comunicações.
  • Auditoria Nuclear Remota/Presencial: Verificar integridade das ogivas e sistemas de contenção assim que possível.
  • Revisão Biossegurança: Planejar atualização de protocolos de quarentena e descarte de agentes infecciosos para futura retomada.
  • Equipe de Reconhecimento Dimensional: Selecionar e preparar equipe mista (científica/militar) para avaliar o portal e riscos interdimensionais associados ao "Projeto Porta Azul".

Assinatura (Documento Fonte): General Otto Gerhardt, Comando Supremo – CPR‑6
Cópias Distribuídas (Registro): Diretoria Executiva CPR, Divisão de Segurança Nuclear, Divisão de Biossegurança.


Interface de Diálogo - Entidade DADRO::Fleds



            
atras de voces.